Sejam bem vindos!!!

"Reciclagem Conceitual"

Fazendo o teu olho enchergar a tua mente pensar teu cérebro raciocinar.
Despertando a tua inteligencia a descobrir e praticar o Amor de "dar", "doar-se" a cuidar da Vida como um sol a brilhar.
Levando-o humildemente retribuir cuidando do planeta fazendo seus sentimentos verdadeiramente mais felizes.
Isto e Amor de Amar.

Venham...vamos fazer Reciclaaação já!!!............... Charles sodniv

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Brasil avançou na inovação tecnológica em 2011!!!


Guilherme Gorgulho - Inovação Unicamp - 26/12/2011
Acelerar a inovação

Há um sentido de urgência que permeia o discurso do presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Calmanovici.

Representante de mais de 200 empresas e entidades orientadas a P&D no segmento produtivo - a maioria delas de grande porte e de capital nacional -, a Anpei considera que 2011 foi um ano positivo, de conquistas, mas há uma grande necessidade de se acelerar a implementação de políticas e ações de fomento para que o Brasil não perca a disputa pela competitividade.

"O principal ponto de destaque para mim é a questão da velocidade, nós temos que fazer tudo isso que estamos fazendo de uma forma mais rápida, porque os outros estão fazendo mais rápido do que nós", considerou o engenheiro químico Calmanovici, que também é diretor de Inovação e Tecnologia da ETH Bioenergia.

Em um ano em que o Ministério da Ciência e Tecnologia incorporou a Inovação ao nome e às prioridades da pasta, em que foi anunciada a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em que foi lançado o programa Ciência sem Fronteiras para qualificar recursos humanos e em que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) iniciou um estudo para crescer e se transformar em uma instituição financeira, a bússola parece estar apontando para o lado certo, mas o acelerador precisa ir mais a fundo para que o Brasil realmente concorra em condições de igualdade na corrida da inovação, de acordo com a Anpei.

"Nós temos nossas dificuldades [para inovar], temos todas as justificativas que são razoáveis, que temos que entender, mas se nós não fizermos alguém vai fazer; e se nós fizermos alguém pode fazer também, mas nós podemos brigar e temos como fazer isso", afirma Calmanovici.

Banco da inovação

No dia 9 de dezembro, a Anpei realizou a última reunião do ano de seu Conselho Superior, que contou com as presenças do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, e do secretário-executivo da pasta, Luiz Antonio Rodrigues Elias, para fazer um balanço das atividades e abordar os planos para 2012.

Para a entidade que representa as empresas inovadoras, um dos avanços principais foi a mudança de foco da Finep, que passou a apoiar mais as iniciativas empresariais. O tamanho da carteira de pedidos de crédito para a inovação da Finep aumentou em quase cinco vezes desde o início do ano, alcançando no final de 2011 a marca de R$ 9,13 bilhões. Além disso, o total de recursos liberados cresceu 56% em relação a 2010, chegando a R$ 1,87 bilhão.

Nesta entrevista, o presidente da Anpei avalia as mudanças na agência ligada ao MCTI, faz um balanço sobre como foi o ano e aponta quais temas requerem uma atenção especial para o ano que se inicia.

Como foi o ano de 2011 para a inovação no Brasil sob o ponto de vista da Anpei?

A Anpei vê 2011 efetivamente como um ano de avanços, houve avanços significativos. Do ponto de vista de recursos, o orçamento da inovação cresceu. Nós percebemos que houve um comprometimento maior entre todos os atores, inclusive de atores políticos. Por parte do governo isso foi refletivo, por exemplo, no plano Brasil Maior, mas também em outras iniciativas. São pontos que trazem impactos de grande significado e que têm desdobramentos. Mais do que isso, acho que foi emblemática a postura.

No posicionamento houve uma evolução, por exemplo, da Finep. É um processo que obviamente não terminou e já vinha em um crescimento, com uma mudança de foco de "academia" para "academia mais empresa", não apenas da geração de conhecimento, pegando o processo todo de inovação.

De um modo geral, 2011 confirmou essa tendência que já estava acontecendo de uma mudança de eixo, de foco, não no sentido de uma mudança realmente, mas no sentido de complementar.

A geração do conhecimento, que continua sendo apoiada, continua sendo fundamental para todos, mas agora há essa ressonância na transformação desse conhecimento em produtos, em valor. Em 2011, nós estabelecemos um grupo de trabalho conjunto, Finep e Anpei, que se reuniu algumas vezes durante o ano e que foi extremamente produtivo.

Sobre pontos negativos para o cenário da inovação, o que a Anpei destaca?

Há um aspecto que eu considero negativo em 2011, que atrapalha bastante e é um assunto que teremos que trabalhar nos próximos meses, que foi a Instrução Normativa nº 1.187 da Receita Federal.

Essa IN era uma demanda nossa. A Anpei, juntamente com a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], montou um grupo de trabalho de discussão com a Receita e o MCTI. Nesse sentido foi bom, porque nós pudemos discutir com a Receita e trazer os pontos de vista desses atores, das empresas.

Ocorre que a Lei do Bem representa uma renúncia fiscal por parte do governo que segue alguns procedimentos. E essa lógica está representada na lei e na regulamentação. A IN é o entendimento da Receita com relação a esse marco legal.

Um exemplo é que, pelo seu investimento em inovação, a empresa pode descontar uma parte do lucro bruto e com isso ter uma redução do imposto pago. Se a empresa tem um investimento em uma equipe de 100 pessoas, que representa "x" milhões de reais de investimento por ano, esse investimento pode ser abatido anualmente e haverá uma redução do imposto devido.

Mas a dúvida é se a área de apoio administrativo está dentro da área de P&D ou não, e a legislação não vai nesse detalhe. A equipe de P&D pode ser considerada nesse mecanismo, mas a Receita disse que o pessoal administrativo não é considerado - como secretária, pessoal da área de patentes, entre outras.

Nessa questão, o tratamento ainda tem um viés um pouco acadêmico, porque na academia a parte administrativa já está considerada automaticamente. Mas no caso da empresa é realmente um ônus, que penaliza a atividade de inovação. O entendimento da Receita é que essas atividades não fazem parte das atividades estimuláveis e com isso nós temos uma redução importante.

De que maneira isso influencia as estratégias de interação comuns dentro do processo de inovação?

Nós operamos muito hoje em um sistema de "inovação aberta", é bonito, todos falam, incentivam, estimulam, encorajam, e está no discurso de todos - academia, governo e empresas. É outra forma de fazer pesquisa.

Hoje não se faz mais pesquisa como se fazia há 10, 20 ou 30 anos. Não há equipe de P&D que faça toda a pesquisa internamente. Ninguém mais tem isso, mesmo os grandes. As operações, as transações, as negociações de tecnologia e de desenvolvimento conjunto ficaram mais complicadas, mais difíceis.

Se eu contrato um P&D com alguém, eu não posso ter o benefício nessa contratação, pois esse não é um dos itens que eu possa ter o benefício fiscal; só em alguns casos, como de universidades, uma pequena empresa, uma ICT ou afins.

Nossa sugestão era de que isso fosse generalizado, pois quem está correndo o risco pela atividade de P&D e está investindo efetivamente sou eu, e não a outra empresa; então, é razoável que eu também tenha o benefício. Há uma lógica obviamente, pois a Receita não quer que haja duplicidade do benefício, mas há formas de evitar que isso aconteça.

E obviamente a nossa proposta não era a de que houvesse duplo benefício, mas que quem efetivamente fosse o motor, o agente da inovação, deveria ter o acesso ao benefício, e não quem realiza necessariamente o trabalho de P&D.

A meta do governo federal de que os investimentos em inovação cheguem a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2015, sendo metade do setor público e metade do setor privado, é uma meta realista? Esse número é compartilhado pelos planos das empresas representadas pela Anpei?

A meta é oportuna, razoável, mas que precisa ser contextualizada; não é só o número em si do investimento, mas como nós recheamos esse investimento.

Uma coisa boa é que, com esse ritmo novo de evolução da Finep e com a resposta das empresas, que tem sido até além das expectativas em alguns casos, existe um apetite muito grande das empresas. Elas percebem que a inovação não é um dos elementos da competitividade, mas é "o" elemento da competitividade.

Depois daquele período de substituição das importações e tudo mais que nós vivemos, hoje a competição - que é muito mais intensa, com países como Índia, Rússia, África do Sul e China - só pode se dar por meio da diferenciação, e diferenciação é inovação. Se não tivermos um foco muito grande em inovação, não vamos conseguir manter competitividade de modo perene, estrutural.

A competitividade estrutural vem somente por meio da inovação. Um ponto fundamental é que o Brasil tem que ter competitividade para inovar. Hoje, a inovação não é competitiva no Brasil. Nós temos problemas, e falando dessa forma é um pouco forte, mas temos que fazer as provocações que tenham ressonância.

O Brasil tem limitações hoje para que a atividade de inovação seja competitiva. O Brasil não tem competitividade para investir, pela taxa de câmbio, pelos juros e por todos os fatores macroeconômicos que dificultam o investimento no País.

Inovação é investimento, e tudo que se fala de investimento, se aplica também à inovação, como custo Brasil, questão trabalhista, etc., com algumas questões adicionais, como a mão-de-obra. Nós temos uma deficiência de recursos humanos de alto nível, com alta qualificação ou altíssima qualificação, que façam P&D e inovação de alto nível. O Brasil tem até bons pesquisadores em alguns casos, mas não necessariamente empreendedores e inovadores. Na academia e nas empresas, nós acabamos formando pesquisadores e esse aspecto da inovação efetivamente muitas vezes é deficiente.

Há algumas oportunidades e o governo está trabalhando nelas, como essa iniciativa do programa Ciência sem Fronteiras. É uma iniciativa extremamente bem-vinda que acho que será muito interessante para nós.

Há uma cobrança grande para que as empresas brasileiras invistam mais em inovação, a exemplo do que acontece na maioria dos países desenvolvidos. Mas há um ambiente favorável para que isso ocorra atualmente?

Falta um ambiente mais favorável e uma condição mais favorável. A briga da Anpei é justamente essa de trazer o maior número possível de empresas, porque uma isoladamente não consegue inovar. Isoladamente ela inova por algum tempo, mas é fogo de palha, não decola.

Nós precisamos estruturar a inovação nas cadeias produtivas; o discurso e a prática da Anpei são de estimular a inovação cada vez mais nas cadeias e ter um número maior de empresas inovando ajuda e alavanca a inovação das empresas que hoje já fazem inovação.

São poucas as empresas que efetivamente inovam no Brasil e nós temos que trabalhar para que cada vez mais haja mais empresas, mas não é um passe de mágica.

Eu cito o exemplo de São Paulo. Porque nós em São Paulo temos um nível de investimento em P&D num patamar da OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico], e a participação das empresas é de mais de 60%. Porque aqui temos um ambiente mais favorável, tanto do ponto de vista da inovação em si, quanto da demanda, ou seja, o mercado pede, ele é competitivo e demanda essa inovação. As empresas ou fazem essa inovação ou estão fora. Temos que brigar para criar essa mesma condição.

Não estou citando como exemplo São Paulo dizendo que temos que fazer o que se faz aqui nos outros Estados, mas é considerar que é um processo, e que temos que criar esse ambiente favorável efetivamente, para que as empresas incorporem esse conhecimento e consigam transformar em inovação.
Inovação Tecnológica!!!

Uvas vigiadas do espaço produzem melhores vinhos!!!


O serviço usa sensoriamento por satélite para monitorar a água liberada pelas plantas, o crescimento das plantas e a eficiência da água de irrigação.[Imagem: Caren Jarmain/UKZN]
Vinho espacial

A ESA, agência espacial europeia, está colocando satélites artificiais a serviço de melhores safras de vinhos.

O serviço GrapeLook ("olhada nas uvas", em tradução livre) usa medições de satélite para ajudar a decidir a quantidade de água da rega e os melhores momentos para irrigar as plantações de uva.

O serviço usa tecnologia que combina dados de observação da Terra e medições no terreno. Os valores de umidade do solo são enviados em tempo real para um centro de processamento através de uma conexão por satélite.

Os dados dos satélites mostram a quantidade de água liberada pelas plantas, a quantidade de biomassa que cresce e a eficiência na utilização da água.

Processadas todas estas informações, os mapas são colocados online, à disposição dos vinicultores e responsáveis pela rega, através de um site baseado no Google Maps.

Auxílio à irrigação

O GrapeLook foi testado este ano com um grupo de vinicultores da África do Sul. Os agricultores acessavam o site para verificar o estado da sua vinha, tomando as providências adequadas.

O grupo também recebia previsões sobre a hidratação do solo e a necessidade de irrigação dos seus terrenos.

Foi unânime entre os participantes da experiência que o GrapeLook era útil na monitoração da falta de água, do crescimento das plantas e na identificação dos problemas de irrigação.

O serviço ajudou a identificar práticas mais eficientes e poderá contribuir para a redução dos custos, com a mão-de-obra, por exemplo.

O sistema deve aumentar a produção de uva, ao mesmo tempo que aumenta a qualidade do vinho - tudo isto baixando o consumo de água.

Serviço comercial

"Pode demorar alguns anos até que as comunidades de agricultores percebam das vantagens deste sistema e aprendam a confiar nele, mas as autoridades sul-africanas já se mostraram dispostas a oferecer o serviço GrapeLook por mais uma estação," contou Olivier Becu, do gabinete técnico da ESA.

"O serviço GrapeLook torna evidente a forma como a tecnologia de satélite pode beneficiar os agricultores," disse Annemarie Klaasse, especialista em gestão de recursos agrícolas.

"Não só ajuda os agricultores a reduzir o uso de água, mas também aumenta a sustentabilidade e a produção. Os próximos passos são a expansão do serviço a outras culturas e áreas."

O serviço está sendo lançado em parceria com uma empresa privada, sendo, portanto, um serviço comercial pago, que será disponibilizado futuramente para outras regiões.
Inovação Tecnológica!!!

Nanotecnologia une nanotubos e DNA em biossensores ultra-precisos!!!


Biossensores mais precisos são criados usando nanotubos de carbono como uma ponte entre as enzimas que detectam as moléculas que se está procurando e os eletrodos que indicam a concentração dessas moléculas.[Imagem: Analyst/Marshall Porterfield/Mike Schweinsberg]
Biossensores

Quando é necessário medir a concentração de um composto qualquer em um fluido - a insulina no sangue, por exemplo - usam-se os chamados biossensores.

Esses sensores são compostos por eletrodos metálicos recobertos com enzimas que reagem com a molécula que se deseja medir.

Quando as moléculas procuradas unem-se às enzimas, gera-se um sinal elétrico no eletrodo, que pode ser medido, o que fornece a leitura indicativa do resultado.

Isto tem funcionado razoavelmente bem, mas poderia ser muito melhor, porque moléculas e eletrodos metálicos representam a junção de dimensões muito diferentes, o que gera variações muito grandes nas leituras da corrente elétrica.

Nanotubos solúveis

Agora, cientistas conseguiram unir moléculas sintéticas de DNA e nanotubos de carbono, criando um novo eletrodo para biossensores que, além de estar nas mesmas dimensões das moléculas do composto que se procura, são muito mais sensíveis.

Desde o advento dos nanotubos de carbono, com suas excepcionais propriedades termais e elétricas, os cientistas vêm tentando usá-los como eletrodos em sensores para a realização de exames clínicos de laboratório e em pesquisas científicas.

O problema é que os nanotubos não são totalmente compatíveis com água, o que limita sua aplicação em fluidos biológicos.

Automontagem

Jin Shi e seus colegas da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, superaram essa incompatibilidade criando uma sequência artificial de DNA que gruda na superfície dos nanotubos de carbono, tornando-os mais solúveis em água.

"Assim que os nanotubos de carbono estiverem em solução, você só precisa colocar o eletrodo na solução e carregá-lo [eletricamente]. Os nanotubos de carbono vão formar um revestimento em sua superfície," explica o Dr. Jong Choi, membro da equipe.

O eletrodo recoberto com nanotubos de carbono atrai as enzimas para terminar a construção do biossensor.

Medicina personalizada

Com os nanotubos de carbono fazendo a ponte entre as enzimas e o eletrodo, as leituras são várias ordens de grandeza mais precisas.

O Dr. Marshall Porterfield, que coordenou o desenvolvimento, afirmou que, como são muito fáceis de serem fabricados, esses novos biossensores abrem caminho para a criação de exames que possam testar a eficácia de remédios em tempo real, para cada paciente.

Antes disso, ele e sua equipe esperam desenvolver biossensores para monitorar com mais precisão doenças como o diabetes e inúmeros indicadores de problemas cardiovasculares, como triglicérides, colesterol, etc.

Bibliografia:

Microbiosensors based on DNA modified single-walled carbon nanotube and Pt black nanocomposites
Jin Shi, Tae-Gon Cha, Jonathan C. Claussen, Alfred R. Diggs, Jong Hyun Choi, D. Marshall Porterfield
Analyst
Vol.: 136, 4916-4924
DOI: 10.1039/C1AN15179G
Inovação Tecnológica!!!

Microbomba brasileira abre caminho para microlaboratórios!!!


Esquema ilustrativo de uma microbomba de membrana. [Imagem: Cortesia de Microjet Technology]
Microbomba de membrana

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma uma microbomba de membrana, com ação eletromagnética e sem válvulas.

Entre as aplicações possíveis do dispositivo estão a dosagem de reagentes em indústrias químicas e o acionamento de Lab-on-a-Chip (laboratório em um chip), microlaboratórios do tamanho de um chip que podem permitir resultados de exames clínicos mais rápidos.

O grande desafio da pesquisa, segundo a autora Camila Campos, foi substituir a microbomba pneumática anteriormente desenvolvida na Unicamp por outra que tivesse autonomia, facilitando sua adaptação a diferentes aplicações.

Além de permitir a miniaturização da bomba, a atuação magnética é uma técnica mais eficiente e de baixo custo.

Com isto, a microbomba ganha em portabilidade, o que não seria possível em sistemas dependentes de ar comprimido, como a microbomba pneumática.

Bomba miniaturizada

Qualquer área que precise de escala de microlitros pode se beneficiar da microbomba de membrana.

"Virtualmente, a microbomba desenvolvida pode ser aplicada em qualquer lab-on-a-chip no qual haja a demanda por transporte de fluxo em volumes da ordem de microlitros por minuto," acrescenta Camila.

A microbomba também será útil em equipamentos de laboratório, como na injeção de amostras em colunas de eletroforese capilar ou microcromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).

Para Camila, a pesquisa, como quase tudo na área de microfabricação, abre portas para o desenvolvimento futuro de sistemas de análises mais baratos, mais portáteis e mais ágeis.

Isso, de acordo com a autora, significa a possibilidade de exames médicos mais baratos, fiscalizações mais eficientes e análises químicas mais fáceis e rápidas.

"A bomba por si só é apenas uma parte desse processo, mas quando se pensa em sistemas microfluídicos mais complexos, microbombas e microválvulas são elementos essenciais. Por isso, a eficiência, o custo e a qualidade desses elementos refletem diretamente nas características do dispositivo final," acrescenta.

Importância internacional

De acordo com o orientador do trabalho, Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega, o resultado representa um avanço na área de estudos relacionados a microbombas desenvolvidos em diversos países.

"Com os grandes investimentos em projetos de desenvolvimento de sistemas de nanotecnologia, abre-se possibilidade de desenvolver microbombas à base de material acessível, como plástico e polímeros de baixo custo", declara Nóbrega.

A técnica de fabricação de dispositivos miniaturizados de fluidos, que permitiu desenvolver os protótipos de Camila, também é brasileira e foi desenvolvida na Unicamp pelo professor Luís Otávio Saraiva Ferreira, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.
Inovação Tecnológica!!!

Memória de luz é construída com fibra óptica!!!


A luz dá literalmente um salto quântico de uma fibra para a outra, ficando presa no caminho, o que pode ser usado como um bit de memória em um processador óptico.[Imagem: OFS Laboratories]
Microrressonadores

A fotônica vem avançando rapidamente, prometendo revolucionar os computadores, com cálculos feitos à velocidade da luz.

Agora, pesquisadores descobriram uma nova forma de usar a luz para armazenar dados, usando microrressonadores, uma tecnologia emergente, mas baseada em materiais já fabricados industrialmente.

Misha Sumetsky e seus colegas descobriram como combinar as propriedades quânticas da luz com uma propriedade das fibras ópticas até agora inexplorada.

Em 2009, um grupo alemão descobriu como usar uma fibra óptica para armazenar luz e, por decorrência, dados.

A nova técnica produz o mesmo efeito, mas com uma abordagem diferente: os pesquisadores criaram zonas mais estreitas ao longo de uma fibra óptica.

Armazenar a luz

Os estreitamentos na fibra óptica confinam a luz ao fazê-la seguir uma rota em formato de parafuso, para frente e para trás, criando um microrressonador.

O principal feito do grupo foi desenvolver uma técnica que permite fabricar esses estreitamentos de forma rápida e eficiente.

Fabricar microrressonadores é uma espécie de "cálice sagrado" na busca pelos computadores ópticos, com a diferença de que o que se quer aqui é encontrar um mapa de uma rota que não deixe a luz escapar.

Armazenar a luz - fazer os fótons ficar dando voltas por um determinado tempo - não é algo fácil porque qualquer imperfeição no material pode significar perda da informação.

A palavra-chave para desvendar o mistério é "acoplamento evanescente", o mesmo fenômeno que permite que a luz caminhe pelo lado de fora de nanofios.
O próximo passo da pesquisa é construir uma série desses "bits ópticos" ao longo da mesma fibra, e fazê-los funcionar de forma controlada. [Imagem: OFS Laboratories]
Salto quântico

Em uma fibra óptica normal, uma diferença de índice de refração entre o núcleo e o revestimento da fibra faz com que a luz viaje muitos quilômetros com pouquíssima perda de sinal.

Na fibra onde são feitos os estreitamentos, a luz encontra uma espécie de rampa à sua frente, o que a faz escapar, sendo capturada por outra fibra alinhada perpendicularmente à primeira.

Como as duas fibras estão muito próximas, e como a fibra original estreita-se para uma fração de sua dimensão original, uma parte da luz dá literalmente um salto quântico para a outra fibra.

Esse é o acoplamento evanescente, que permite que uma onda eletromagnética - a luz - acople as duas fibras.

Bits ópticos

Assim, em vez de viajar livremente ao longo da fibra, a luz fica circulando em volta da sua superfície, em círculos muito apertados.

Mesmo mantendo sua velocidade, como passa a fazer uma rota em parafuso, na prática a luz viaja ao longo do comprimento da fibra a uma fração da sua velocidade em uma fibra normal, sem os microrressonadores.

Cada microrressonador destes representa um bit de memória óptica.

Assim, o próximo passo da pesquisa, é testar uma série deles funcionando ao longo da mesma fibra, de forma controlada.

Plasmônica: em busca da computação à velocidade da luz
Bibliografia:

Surface nanoscale axial photonics: Robust fabrication of high quality factor microresonators
M. Sumetsky, D. J. DiGiovanni, Y. Dulashko, J. M. Fini, X. Liu, E. M. Monberg, T. F. Taunay
Optics Letters
Vol.: 36, Issue 24, pp. 4824-4826
DOI: 10.1364/OL.36.004824
Inovação Tecnológica!!!



CAD biológico permite projetar "máquinas vivas"!!!


As ferramentas CAD para projetar componentes de RNA poderão ajudar a criar uma nova geração de biocombustíveis, mas também levantam preocupações éticas.[Imagem: Zosia Rostomian/Berkeley Lab]
Componentes de RNA

Virtualmente qualquer projeto hoje usa, parcial ou integralmente, a plataforma CAD (computer assisted design), em alguma de suas inúmeras implementações.

Os ganhos em projetar tudo no computador, antes de partir para a construção final, são óbvios e bem comprovados.

Agora, biólogos e outros cientistas que lidam com as ciências da vida já podem contar com uma ferramenta similar - mas para manipular e reprojetar seres vivos.

Pesquisadores do Joint BioEnergy Institute, dos Estados Unidos, desenvolveram modelos e simulações similares ao CAD para trabalhar com moléculas de RNA.

Isto torna possível projetar componentes biológicos - "dispositivos de RNA", como os cientistas chamam o conceito -, um dos maiores sonhos da ainda muito controversa biologia sintética.

Máquinas biológicas

Esse campo emergente de pesquisas, que promete construir "máquinas biológicas" inspiradas em processos naturais, agora poderá contar com uma ferramenta que permitirá projetar em computador tudo o que se deseja que um micróbio qualquer - ou outro ser vivo - faça e, só depois, partir para a engenharia genética de fato.

Ficando apenas no lado positivo da questão, isto permitirá a "reconfiguração" de bactérias e outros microorganismos para a produção de biocombustíveis, plásticos biodegradáveis, medicamentos, enfim, uma lista inumerável de produtos que hoje são feitos sobretudo à base de petroquímicos.

"Nosso trabalho estabelece uma base para a criação de plataformas CAD para construir sistemas de controle complexos, baseados em RNA, que podem processar informações celulares e programar a expressão de um grande número de genes," diz Jay Keasling, coordenador da pesquisa.

Essa base permite não apenas o estudo de funções específicas do RNA, mas também sua modelagem bioquímica e biofísica, com vistas à sua "configuração" em organismos vivos, para que esses organismos cumpram funções que eles não fazem normalmente, ou otimizar funções que eles já possuam.
Os "objetos" (à esquerda) são selecionados de acordo com as funções desejadas (à direita). [Imagem: Carothers et al./Science]
Reengenharia de seres vivos

Uma das possibilidades da nova técnica é reprojetar a genética de microorganismos para que eles sejam capazes de digerir celulose para produzir açúcares, a partir dos quais poderão ser fabricados os chamados biocombustíveis de segunda geração.

"Além de biocombustíveis avançados, nós também estamos interessados em projetar micróbios para produzir químicos a partir de matérias-primas renováveis, que são difíceis de produzir em grandes volumes usando a química orgânica tradicional," diz James Carothers, um dos membros da equipe que desenvolveu o "CAD biológico".

O grupo afirma que a criação de um CAD para a biologia sintética permitirá que pesquisadores de outras áreas utilizem a "reengenharia de seres vivos" - no sentido de reprojetar os seres vivos - em suas pesquisas.

"Nós estamos ativamente trabalhando para tornar nossos modelos e simulações mais acessíveis a pesquisadores que não querem se tornar especialistas em controle de sistema de RNA, mas que gostariam de usar nossa abordagem e os dispositivos de RNA em seu próprio trabalho," diz Carothers.

Do lado mais preocupante, devido à manipulação de seres vivos, os cientistas afirmam em seu artigo na revista Science que, apesar de estarem trabalhando com a bactéria E. coli e com a produção microbiana de biocombustíveis, eles acreditam que seus conceitos e suas ferramentas também poderão ser usados para "programar novas funções em células e sistemas de mamíferos".

Bibliografia:

Model-driven engineering of RNA devices to quantitatively-program gene expression
James M. Carothers, Jonathan A. Goler, Darmawi Juminaga, Jay D. Keasling
Science
23 December 2011
Vol.: 334 no. 6063 pp. 1716-1719
DOI: 10.1126/science.1212209
Inovação Tecnológica!!!




Robôs piscantes lançarão novas luzes sobre os oceanos!!!


Os flashes de luz azul permitem que os SensorBots comuniquem-se entre si, viabilizando uma atuação coordenada. Os brilhos são captados por câmeras de alta velocidade, que transmitem os dados para análise.[Imagem: Biodesign Institute/Arizona State University]
Robôs

Já existem robôs submarinos em todos os oceanos da Terra, mas eles ainda estão muito longe do necessário para a exploração desta que representa a última fronteira do nosso planeta.

Os robôs submarinos não existem em maior número basicamente porque eles são caros. E não basta lançá-los ao mar: é necessário monitorá-los constantemente, o que exige uma enorme logística, incluindo navios e redes de comunicação via satélite.

O Dr. Deisdre Meldrum e seus colegas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, acreditam ter encontrado a solução para essa deficiência.

Eles estão criando pequenos robôs submarinos esféricos, batizados de "SensorBots", por serem dotados de vários sensores, capazes de registrar dados biológicos, geológicos, físicos e químicos.

Dos minerais à vida

Fruto de mais de 10 anos de trabalho, a nova plataforma robótica é resultado do trabalho de engenheiros eletricistas, mecânicos, químicos e biológicos, além de pesquisadores das áreas de física, química, ciência da computação e ciência dos materiais.

Os pesquisadores pretendem usar os robôs submarinos esféricos para estudar da concentração de minerais e da composição de gases, até a dinâmica da vida marinha, o que incluirá a análise dos chamados extremófilos, organismos que vivem em ambientes normalmente considerados inadequados para a vida.

Isto exigirá uma infra-estrutura mais complexa, mas os SensorBots representam o primeiro passo, levando consigo os sensores que farão as diversas medições.
Um "enxame" de SensorBots é lançado ao mar para testes de funcionamento e operação conjunta. [Imagem: Biodesign Institute/Arizona State University]
Comunicação por luz

Para simplificar seu projeto, os robôs esféricos individuais não possuem esquemas de transmissão por rádio e nem de comunicação via satélite.

Os sinais lidos pelos sensores são transformados em brilhantes flashes de luz azul, criando uma espécie de código Morse. Além de transmitir os dados, esses flashes permitem que os robôs operam de forma cooperativa, criando uma rede de sensores.

Uma câmera de alta velocidade captura os sinais dos SensorBots lançados em uma determinada área. Esses sinais podem então ser decodificados para a interpretação das leituras. Apenas a central onde a câmera está instalada possui a capacidade de comunicação, para transferência dos dados de todo o enxame sob sua coordenação.

Enxames de robôs

O objetivo é que os robôs esféricos funcionem como grupos autônomos ou semi-autônomos - movendo-se por controle remoto, por exemplo - em uma formação 3D capaz de cobrir grandes volumes do oceano.

Esses enxames de sensores poderão operar em ambientes inóspitos e complexos.

Com sistemas adequados de microanálise, os robôs submarinos poderão realizar análises genômicas de comunidades microbianas, bem como observar uma ampla variedade de eventos em macroescala - produzindo dados espacial e temporalmente indexados.

Em vez de enviar um robô muito caro para um único ponto no oceano, e depois movê-lo em série, frequentemente perdendo a dinâmica dos fenômenos, uma série de SensorBots baratos poderá cobrir uma área muito maior.

Isto permitirá investigações em tempo real de eventos tão distintos quanto terremotos e maremotos ou o florescimento de espécies animais e vegetais, além de outros fenômenos episódicos.
Inovação Tecnológica!!!



Rotação da Terra é medida diretamente pela primeira vez!!!


Com informações do Prof. Karl Ulrich Schreiber - 24/12/2011
O professor Schreiber ajusta o anel de laser usado para medir as mínimas variações no "gingado" da Terra. [Imagem: TUM/Carl Zeiss]
Anel de laser

Um grupo com pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, tornou-se a primeira equipe do mundo a detectar mudanças no eixo da Terra através de medições em laboratório.

Até hoje, os cientistas somente conseguiam rastrear as mudanças no eixo polar indiretamente, monitorando corpos celestes "fixos" no espaço com a ajuda de 30 radiotelescópios.

Para fazer uma medição direta, eles construíram o anel de laser mais estável do mundo, dentro de um laboratório subterrâneo, e o utilizaram para determinar as alterações na rotação da Terra.

Balanço de Chandler

A Terra oscila constantemente. Tal como um pião que é tocado enquanto gira, seu eixo de rotação oscila em relação ao espaço. Isto é em parte causado pela gravidade do Sol e da Lua.

Ao mesmo tempo, o eixo de rotação da Terra muda constantemente em relação à superfície da Terra.

Por um lado, isso é causado pela variação na pressão atmosférica, no movimento dos oceanos e no vento. Esses elementos se combinam em um efeito conhecido como oscilação de Chandler, ou balanço de Chandler, para criar o movimento polar. Levando o nome do cientista que o descobriu, esse fenômeno tem um período de cerca de 435 dias.

Por outro lado, um evento conhecido como o "balanço anual" faz com que o eixo de rotação mova-se ao longo de um período de um ano. Isto se deve à órbita elíptica da Terra em torno do Sol.

Estes dois efeitos fazem com que o eixo da Terra migre de forma irregular ao longo de uma trajetória circular, com um raio de até seis metros.

Medindo a rotação da Terra

Capturar esses movimentos é crucial para manter um sistema de coordenadas confiável - como o GPS (Estados Unidos), Galileo (Europa), Glonass (Rússia) ou Beidou (China) - que possa alimentar sistemas de navegação ou rotas em viagens espaciais.

"Localizar um ponto no centímetro exato de posicionamento global é um processo extremamente dinâmico - afinal, em nossa latitude [na Alemanha], estamos nos movendo em torno de 350 metros a leste por segundo," explica o Prof. Karl Ulrich Schreiber.

A orientação do eixo da Terra em relação ao espaço e sua velocidade rotacional são, atualmente, determinados em um processo complicado, que envolve 30 radiotelescópios ao redor do mundo.

Toda segunda-feira e quinta-feira, entre oito e 12 desses telescópios alternadamente medem a direção entre a Terra e quasares específicos.

Os cientistas assumem que estes núcleos de galáxias, que estão distantes demais de nós, nunca mudam de posição, podendo, portanto, ser usados como pontos de referência.

No entanto, eles começaram a não se satisfazer mais com tanta dificuldade e nem com a consideração da "fixidez" dos quasares. Começou então a construção do observatório geodésico Wettzell, na Alemanha.
Conforme a Terra gira, dois feixes de laser - que formam o anel de laser - interferem um com o outro, registrando o movimento com muita precisão. [Imagem: TUM/FESG]
Laboratório geodésico

O laboratório é formado por dois feixes de laser em contra-rotação, que viajam em torno de uma rota quadrada, com espelhos nos cantos, que formam um circuito fechado - daí o nome anel de laser.

Quando o conjunto gira, a luz que roda no mesmo sentido tem de viajar mais do que a luz em contra-rotação. Isto causa uma interferência entre os dois feixes, que "ajustam" seus comprimentos de onda, fazendo com que a frequência óptica se altere.

Os cientistas podem usar essa diferença para calcular a velocidade rotacional do experimento.

Mas no laboratório Wettzell é a Terra que gira, não o anel de laser.

Para garantir que somente a rotação da Terra influencie os feixes de laser, a estrutura de quatro por quatro metros está ancorada em um pilar de concreto, que se estende por seis metros para dentro da rocha sólida da crosta terrestre.

A rotação da Terra afeta a luz de maneiras diferentes, dependendo da localização do laser no globo.

"Se estivéssemos em um dos pólos, a Terra e os eixos de rotação do laser estariam em completa sincronia, e sua velocidade de rotação iria resultar em uma relação 1:1," explica Schreiber. "Na linha do equador, no entanto, o feixe de luz nem notaria que a Terra está girando."

Os cientistas, portanto, têm de levar em consideração a posição do laser Wettzell no 49° grau de latitude.

Qualquer mudança no eixo de rotação da Terra se reflete nos indicadores de velocidade de rotação - o comportamento da luz, portanto, revela mudanças no eixo da Terra.
 Os cientistas precisam passar por um túnel de vinte metros, com cinco portas frigoríficas, para chegar até o laser. [Imagem: TUM/FESG]
Laboratório subterrâneo

"O princípio é simples," acrescenta Schreiber. "O maior desafio foi garantir que o laser se mantenha estável o suficiente para medirmos o fraco sinal geofísico sem interferência - especialmente ao longo de um período de vários meses."

Em outras palavras, os cientistas tiveram que eliminar quaisquer alterações na frequência que não resulte da rotação da Terra.

Isto inclui fatores ambientais, como pressão atmosférica e temperatura, o que exigiu uma placa de vitrocerâmica e uma cabine pressurizada.

Os pesquisadores montaram o anel de laser em uma placa de nove toneladas de Zerodur® [uma vitrocerâmica de aluminossilicato de lítio], utilizando também Zerodur para as vigas de apoio. Eles escolheram o Zerodur por ser um material extremamente resistente às mudanças de temperatura.

A instalação fica em uma cabine pressurizada, que registra mudanças na pressão atmosférica e temperatura (12 graus) e compensa automaticamente qualquer variação.

Os cientistas enfiaram o laboratório cinco metros abaixo do nível do solo para manter esses tipos de influência ambiental ao mínimo. Ele é isolado da superfície com camadas de Styrodur® e argila, e coberto por um aterro de quatro metros de altura.

Os cientistas precisam passar por um túnel de vinte metros, com cinco portas frigoríficas, para chegar até o laser.

Velocímetro da Terra

Sob estas condições, os pesquisadores conseguiram confirmar o balanço de Chandler e obter medições da oscilação anual compatíveis com os dados capturados pelos radiotelescópios.

Eles agora pretendem tornar o aparelho ainda mais preciso, o que permitirá determinar mudanças no eixo de rotação da Terra ao longo de um único dia.

Os cientistas também planejam tornar o anel de laser capaz de operar continuamente, para que ele possa funcionar por um período de anos sem qualquer desvio.

"Em termos simples," conclui Schreiber, "no futuro, nós queremos ser capazes de simplesmente descer lá no porão e ver o quão rápido a Terra está girando com precisão neste momento."

Bibliografia:

How to detect the Chandler and the annual wobble of the Earth with a large ring laser gyroscope
Schreiber, K. U., Klügel, T., Wells, J.-P. R., Hurst, R. B., Gebauer, A.
Physical Review Letters
Vol.: 107, Nr. 17, EID 173904
DOI: 10.1103/PhysRevLett.107.173904
Inovação Tecnológica!!!




NASA testa pára-quedas da nave Órion


A nave chegou ao solo a 10 metros por segundo (36 km/h), o que está no limite para o qual a nave foi projetada.[Imagem: NASA]
Pára-quedas em sequência

A NASA realizou com sucesso o primeiro teste de descida com pára-quedas da sua nave espacial Órion.

O teste foi realizado no deserto do Arizona.

A sonda foi lançada por um avião C-130, a 7.600 metros de altitude.

Os pára-quedas são abertos em uma sequência tripla.

Primeiro, uma pequena "âncora", em formato de funil, é liberada, a uma altitude de cerca de 5.000 metros.

Esse funil puxa o pára-quedas piloto que, por sua vez, abre os dois pára-quedas principais.

Mas isso não é tudo: os dois enormes pára-quedas também se abrem em cascata, para evitar um tranco forte demais, que poderia danificá-los e colocar a missão em risco.

No primeiro estágio os pára-quedas abrem-se a 54%. A seguir eles chegam a 73% e, finalmente, a 100%.

Perda intencional

O teste serviu para avaliar a segurança se um dos estágios falhar e os pára-quedas abrirem-se em apenas duas etapas.

A nave chegou ao solo a 10 metros por segundo (36 km/h), o que está no limite para o qual a nave foi projetada, mas representando um resultado positivo, em razão da "perda" de um dos estágios.

O cronograma prevê que a Órion, a primeira nave que a NASA constrói em 20 anos, faça seu primeiro voo de teste em 2014.
 Inovação Tecnológica!!!

Bio-bateria transforma papel velho em eletricidade!!!


O mecanismo utilizado pela bio-célula é semelhante ao usado por formigas e cupins para digerir a madeira e transformá-la em energia. [Imagem: Sony]
Recarregando com papel

A Sony apresentou um protótipo de bateria alimentada por papel velho.

A tecnologia gera eletricidade transformando papel picado em açúcar, que por sua vez é utilizado como combustível para gerar eletricidade.

Se chegar ao mercado, a inovação pode permitir que as pessoas recarreguem seus equipamentos portáteis utilizando lixo.

A equipe que desenvolveu o projeto afirmou que as bio-baterias são ecologicamente corretas por não utilizarem produtos químicos nocivos e nem metais.

A novidade foi apresentada durante uma feira de produtos ecológicos.

Os técnicos da empresa convidaram as crianças que visitavam a feira para colocar pedaços de papel e papelão em um líquido composto de água e enzimas, e depois agitá-lo.

O equipamento foi ligado a um pequeno ventilador, que começou a girar alguns minutos mais tarde.

Biocélula

O processo funciona usando a enzima celulase para decompor os materiais em açúcar (glicose).

O açúcar se combina com o oxigênio e outras enzimas, ainda que retiram do material elétrons e íons de hidrogênio.

Os elétrons foram usados pela biocélula para gerar eletricidade. Ela gera ainda, como subprodutos, água e ácido gluconolactona, que é comumente usado em cosméticos.

Pesquisadores envolvidos no projeto compararam o mecanismo com o utilizado por formigas e cupins para digerir a madeira e transformá-la em energia.

Suco de papel

O projeto é uma modificação de uma bio-bateria já apresentada pela empresa em 2007, quando um Walkman foi alimentado por suco de frutas.

Bio-bateria gera energia a partir de açúcar
Desta vez, a empresa se restringiu a um pequeno ventilador, já que a energia demora um pouco a ser gerada, e também não dura muito.

"Claro, isto ainda está em fase muito inicial de desenvolvimento, mas quando você imagina as possibilidades que essa tecnologia poderia oferecer, torna-se muito emocionante, de fato," disse Yuichi Tokita, pesquisador da empresa.

O princípio de funcionamento desta bio-bateria é diferente de uma outra bateria de papel, criada por pesquisadores da Universidade de Stanford.
Inovação Tecnológica!!!

LHC encontra sua primeira nova partícula!!!


Descoberta clara

As equipes do LHC (Grande Colisor de Hádrons) não tinham motivo para se manifestar mais uma vez neste fim de ano.

Afinal, quando do adiamento de qualquer "decisão" sobre o bóson de Higgs para 2012, todas as desculpas e explicações já haviam sido dadas.

Mas a equipe do detector ATLAS decidiu anunciar a "primeira descoberta clara" de uma nova partícula, feita pelo maior experimento científico do mundo.

É um bóson, mas não é "aquele" bóson tão esperado.

Trata-se do chamado Chi-b (3P), um estado mais energético das partículas chi, já vistas em outros experimentos.

De fato, a Chi-b (3P) nunca havia sido observada antes, mas o achado não se distancia muito da redescoberta das partículas subatômicas fundamentais, feita quando o LHC ainda estava esquentando os motores.

Sem champanhe

Prevista pelo Modelo Padrão, lá estava a nova partícula, exatamente onde se esperava, formada por um quark beleza e um anti-quark beleza, devidamente ligados pela força nuclear forte.

O fato é que a nova partícula não vem acrescentar nada em termos de entendimento ou compreensão da "física-como-a-conhecemos" e, menos ainda, de alguma "eventual-nova-física".

Teria sido um achado digno de nota se tivesse sido feito por um laboratório menor, mas veio marcar um fim de ano sem nenhum gosto de festa para o maior laboratório científico do mundo .

O Bóson de Higgs e as outras "não descobertas" do LHC
Chi-b (3P)

A nova Chi-b (3P) é uma combinação de um quark beleza e seu anti-quark.

Tal como a muito mais famosa partícula de Higgs, a Chi-b (3P) também é um bóson.

Contudo, enquanto o bóson de Higgs não é formado por partículas menores, esta é fruto da combinação de duas partículas "pesadas", mantidas juntas pela mesma força que mantém coeso o núcleo atômico.

O artigo que descreve a descoberta ainda não foi aceito para publicação por nenhum periódico científico, tendo sido colocado no repositório arXiv.

Bibliografia:

Observation of a new chi_b state in radiative transitions to Upsilon(1S) and Upsilon(2S) at ATLAS
ATLAS Collaboration
21 Dec 2011
http://arxiv.org/abs/1112.5154
Inovação tecnológica!!!

Segurança da Internet pode passar do IP para o conteúdo!!!


Quando a internet foi criada, seus idealizadores não podiam imaginar no que ela se transformaria. [Imagem: Caltech]
Do IP ao conteúdo

Um pesquisador brasileiro faz parte de um grupo que está propondo mudar o modelo de segurança da internet.

"O que estamos propondo é que a segurança deixe de ser baseada no endereço de IP [Internet Protocol] e passe a ser balizada pelo conteúdo," explica Walter Wong, que dividiu seu trabalho entre a Unicamp e a Universidade de Helsinque, na Finlândia.

Segundo Walter, quando a internet foi criada, seus idealizadores não podiam imaginar no que ela se transformaria.

A segurança não era exatamente a principal preocupação na época, dado que a proposta inicial era ligar fisicamente pontos distantes para promover a transferência de bits - e esses bits eram basicamente textos ou números associados a experimentos científicos.

Com o passar do tempo, porém, as pessoas passaram a utilizar a rede para uma série de atividades, como gerar e consumir conteúdos, fazer compras, pagar contas, assistir filmes etc.

"Ou seja, hoje temos uma nave espacial funcionando sobre uma base simples", compara Walter.

Servidores móveis

O grande problema relativo à segurança da Web, segundo ele, é que o seu princípio está baseado no IP, que é representado por um número. Este, além de identificar o endereço, identifica também o usuário ou provedor.

É aí que surge um imbróglio, cita o engenheiro da computação: "Quando a internet foi criada, isso fazia sentido, porque as máquinas eram imensas e dificilmente seriam transferidas de lugar. Hoje, porém, nós temos notebooks, celulares e tablets que nos proporcionam mobilidade. Ou seja, não é razoável identificar um host (servidor de informações) pelo seu endereço físico, visto que ele pode se deslocar para qualquer lugar do mundo", explica.

Ademais, continua Walter, quando uma pessoa se conecta à rede para fazer uma compra num determinado site, por exemplo, ela não faz ideia de onde o provedor dessa empresa está de fato localizado.

"Trata-se de uma relação de confiança. Entretanto, essa confiança poderia ser ampliada se a arquitetura da internet permitisse basear a segurança no conteúdo e não no endereço IP", reforça.

Para chegar à sua proposta, Walter teve que trabalhar com o desenvolvimento de softwares e algoritmos específicos.

A ideia central foi estabelecer um mecanismo de autenticação de dados eficiente e explícito, de forma independente do host de onde os conteúdos foram obtidos.

Rede orientada a conteúdos

Em termos simples, no novo modelo proposto por Walter, a rede física também passa a ser orientada a conteúdos.

Assim, a pessoa que se conectar à internet para, por exemplo, assistir um vídeo no Youtube, não precisará mais se preocupar se o servidor está nos Estados Unidos, na China ou Brasil.

"As credenciais estarão vinculadas ao próprio conteúdo. Nesse caso, o usuário poderá até mesmo baixar algo vindo de um servidor inseguro ou suspeito, pois terá certeza de que o conteúdo é original e seguro", afirma o engenheiro da computação.

Internet do futuro

Atualmente, informa Walter, diversos grupos estão envolvidos em pesquisas relacionadas à "Internet do Futuro".

A Internet está se auto-organizando em um metacomputador global
Os estudos nessa área estão divididos em basicamente duas correntes.

Uma delas trabalha com a perspectiva da evolução da Internet atual, que incorporaria as "mutações" necessárias para que a rede mundial se adapte aos novos tempos.

A outra pretende partir do zero para propor uma nova arquitetura para a rede. É nesta que o trabalho de Walter está inserido.

No Brasil, além da Unicamp, há grupos de São Paulo e do Rio de Janeiro envolvidos com o tema.

Questionado sobre como imagina que será a migração da internet do presente para a internet do futuro, o pesquisador diz acreditar que esse processo não deverá ser traumático, mas também não será absolutamente tranquilo.

Ele lembra que essa passagem dependerá de diversos fatores, entre eles o econômico e o político: "Do ponto de vista do usuário comum, porém, não deve haver maiores problemas. Na prática, isso não afetará a vida dele, a não ser lhe proporcionando mais segurança para suas atividades virtuais".
Inovação Tecnológica!!!

Pneus ficam mais verdes e mais doces!!!


Os primeiros protótipos dos pneus "verdes e doces" já estão em testes, devendo chegar ao mercado em 3-5 anos.[Imagem: Goodyear]
Bio-pneus

Você gostaria de usar um pneu verde em seu carro?

Mas não se preocupe com a estética, uma vez que o verde refere-se a ambientalmente correto.

A Goodyear e a Michelin uniram-se com empresas do setor de biotecnologia para desenvolver novas matérias-primas para pneus - matérias-primas que sejam totalmente renováveis.

E a escolha está recaindo sobre o açúcar - logo, os pneus ambientalmente corretos serão não apenas verdes, mas também doces.

Os primeiros protótipos desses "bio-pneus" já estão prontos e em testes, embora as empresas afirmem que ainda levará de 3 a 5 anos para que eles cheguem ao mercado.

Bio-isopreno

A principal matéria-prima para os pneus é o petróleo, embora utilize-se também a borracha natural, que é renovável - gasta-se cerca de 30 litros de petróleo para fabricar um pneu de um carro médio.

A Genencor, empresa de biotecnologia parceira do projeto, desenvolveu micróbios que imitam o processo natural que a seringueira usa para produzir o látex.

Esses micróbios usam como matéria-prima o açúcar comum, produzindo um composto químico chamado isopreno, hoje um derivado do petróleo.

Trocando alimentos por pneus

A notícia não é boa para o mercado de etanol no Brasil.

As usinas geralmente optam por fabricar açúcar em vez de álcool por ser o açúcar uma commoditie internacional, cotada em dólar, enquanto o etanol tem um mercado predominantemente doméstico.

Uma maior demanda por açúcar deverá exercer uma pressão de alta no mercado internacional do produto, reforçando a necessidade do desenvolvimento do chamado biocombustível de segunda geração.

A iniciativa das empresas também deverá encontrar resistência por competir com os produtos alimentícios.

Enquanto, no Brasil, o etanol compete com o açúcar, nos Estados Unidos o biocombustível é feito sobretudo à base de milho.
Inovação Tecnológica!!!

Microgerador transforma movimento dos pneus em eletricidade!!!


Além do material piezoelétrico para produzir eletricidade, o pequeno gerador possui capacitores para armazená-la, melhorando a estabilidade do fornecimento de energia.[Imagem: IMEC]
Energia dos pneus

O laboratório belga IMEC criou um minúsculo gerador capaz de produzir energia a partir das vibrações normais dos pneus durante o movimento de um carro.

O "dispositivo de colheita de energia" é capaz de gerar 42 microWatts de potência de forma sustentada quando o veículo roda a 70 km/h.

Em condições especiais de rodagem, ele chegou a gerar quase 12 vezes mais - 489 microWatts.

Contudo, os 42 microWatts são suficientes para alimentar sensores, como os usados nos sistemas de monitoramento da pressão dos pneus, já presentes em alguns carros - a vantagem é que esses sistemas não mais dependerão da troca de baterias.

O aparelho deverá também viabilizar automações adicionais, como sensores para monitorar a qualidade da estrada, ajustando automaticamente a suspensão, sistemas de segurança, detectando estilos de direção mais agressivos, e mesmo um monitoramento da integridade estrutural dos pneus.

Pneus produzem energia para recarregar baterias
Indústria e meio ambiente

Mas o coletor de energia não terá seus usos restritos à indústria automotiva.

Ele poderá ser instalado em qualquer equipamento que apresente algum tipo de vibração ou esteja sujeito a choques periódicos.

Isto inclui desde máquinas industriais até o monitoramento de estruturas civis, como pontes e edifícios, viabilizando ainda as redes de sensores, que deverão ser usadas para monitorar o meio ambiente e até a integridade estrutural de aviões.

O chip coletor de energia usa minúsculas vigas feitas de um material piezoelétrico, o nitreto de alumínio, que gera eletricidade quando é submetido a um impacto mecânico.
Inovação Tecnológica!!!